Matéria da BBC
Sir Paul McCartney comprou sua fazenda em Kintyre antes de conhecer Linda, mas foi o amor dela por "liberdade e selvageria" que criou várias memórias felizes.
O antigo Beatle diz que o oeste da península da Escócia é um dos seus lugares favoritos no mundo e fotografias dessa parte do tempo no High Park Farm formam parte de uma nova retrospectiva do trabalho da Linda, que será mostrado no Kelvingrove Art Gallery em Glasgow. Fotos da vida rural escocesa ao lado de fotos de lendas do rock como Jimi Hendrix e Aretha Franklin que Linda tirou antes do casal se instalar em sua nova casa.
Sir Paul, agora com 77 anos, disse a Ricky Ross da rádio BBC Escócia que sua falecida esposa era uma fotógrafa pioneira antes que a dupla se reunisse e criasse uma família. Em 1968 o seu retrato de Eric Clapton que ficou na capa da Rolling Stones e ela foi a primeira mulher a ter sua fotografia na capa da Rolling Stones. Mas depois de seu casamento com Paul em 1969, suas fotos ficaram mais intimas e emocionais explorando o mundo natural e a vida familiar. Muitas delas foram tiradas perto da fazenda e seus 200 acres de terra perto de Campbeltown, que Sir Paul comprou no auge da Beatlemania em 1966, a conselho de seus assessores financeiros.
Ele dizia que sabia pouco sobre a Escócia, mas seu colega de Beatles, John Lennon, tinha parentes lá e "falava sobre isso em termos muito bons". "Quando eu conheci a Linda e nós viramos um casal, ela disse 'Você não conseguiu um lugar na Escócia?'". "Nós fomos e ela ficou totalmente em amores com a Escócia. Ela amava a selvageria e ela amava andar a cavalo e animais em geral.
Linda nasceu em Nova York, 1941, fotografou na cena musical de Manhattan dos anos 60, além de conhecer bandas britânicas como Rolling Stones e Beatles. Sir Paul diz: "Quando ela veio para Inglaterra e nos casamos, a vida foi mais doméstica." Em Kintyre ela fotografaria "velhas gatinhas e bebês em carrinhos" ele disse. "Ela sempre colocava as pessoas à vontade. Ela tinha um jeito de desarmar você". Sir Paul diz que a grande atração de ir para longe em Kintyre era "liberdade", para eles e mais tarde para seus quatro filhos, que passavam muito tempo andando pelo campo. A alegria da "névoa que vem do mar" inspiraria seu sucesso de 1977, Mull Of Kintyre, que vendeu dois milhões de cópias.
Ele diz que a educação de Linda foi bastante rigorosa e que ela queria ser capaz de satisfazer suas paixões, como o amor pelos animais, que mais tarde a levariam a ser uma pioneira do movimento vegetariano. "Quando ela veio para Inglaterra e juntos nos deparamos com a maior coisa, queríamos ser livres" diz Paul. "Nós fizemos o que quiséssemos e ela tirou fotos de tudo isso". A exibição em Kelvingrove museu e galeria de arte começa sexta e vai até janeiro do ano que vem. Foi montada pela sua filha Mary McCartney, que também é uma fotógrafa profissional, e Sarah Brown, que cuida do seu arquivo. Assim como fotografias, a exibição inclui um dos diários dos anos 60 de Linda e suas câmeras, equipamento fotográfico e revistas antigas. Sir Paul diz que Linda, que morreu de câncer de mama a 21 anos atrás, teve exibições durante sua vida mas teria amado a ideia de fazer uma retrospectiva de todo o seu trabalho.
Linda tinha apenas 56 anos quando morreu em 1998. A própria mãe de Paul, Mary, morreu com 47 anos quando ele tinha apenas 14 anos. "Minha mãe e Linda morreram de câncer de mama"diz Paul. "Nós não tínhamos ideia do que minha mãe tinha morrido porque ninguém falou sobre isso. Ela apenas morreu" "A pior coisa sobre isso era que todo mundo era muito rígido, ficavam calados e, em seguida em uma noite, você poderia ouvir meu pai chorando no quarto ao lado. Foi trágico porque nunca tínhamos ouvido ele chorar. Foi um tipo de pesar privado e tranquilo."
Sir Paul diz que seu próprio pesar por Linda foi muito mais aberto. "Eu acho que chorei durante um ano" ele diz "Você espera ver eles entrando, essa pessoa que você ama porque você está acostumado com eles. Eu chorei muito. Foi quase embaraçoso, exceto que parecia ser a única coisa que eu poderia fazer"
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